Simples Assim


109 anos do sempre presente e atual Drummond

Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?”
Carlos Drummond de Andrade
Essa frase me veio logo à mente quando meu marido chegou, na hora do almoço, com um exemplar velhinho de uma  edição antiga de ” Claro Enigma” , um livro do meu querido Drummond publicado em 1951.

Uma prova da pessoa sensível que ele é, pois sabia que era o aniversário de Drummond e o quanto ele é especial para mim.Como não ficar a cada dia mais apaixonada? Ele foi a inspiração para o meu post em homenagem ao Poeta Maior. Estava sem saber como fazer algo diante de tantas reverências que nesse 31 de Outubro estão sendo feitas a ele quando faria 109 anos.Com tão carinhoso presente a imaginação brotou no mesmo instante.
Tenho uma história muito bonita com Drummond, vou tentar resumir o máximo para não cansar vocês.Quando tinha 20 anos – e lá se vão 34 anos – tinha uma admiração toda especial por ele. Lia seus livros compulsivamente. A paixão era tamanha que um dia resolvi enviar uma carta para ele ( isso mesmo, carta, naquele tempo não tinha e-mail e outras modernidades) mas sem a menor pretensão que ele me respondesse. Mas, qual não foi minha surpresa, quando um dia, ao chegar da faculdade tinha um envelope para mim:
Com meu nome
E remetida por ele
A emoção que se apossou de mim, foi algo indescritível.Um momento que ficou congelado na minha memória.Eu , uma simples estudante, ter a honra de receber uma carta de Drummond! E, ainda pedindo desculpas pela demora em me responder: ” Perdoe a demora do meu agradecimento: falta de ordem nos meus papéis, porém não falta de ternura por quem se mostrou amiga maravilhosa
Escrita à mão…

 

E  deixou sua emoção comigo…

 

Só um poeta como ele para ser tão simples assim!
A partir daí iniciamos uma correspondência tão bonita que guardo até hoje como uma relíquia.
E essa é minha homenagem aos 109 anos do Drummond, mostrar a pessoa especial que ele era, além do poeta imortal que até hoje inunda nossa vida com sua poesia. E como ele mesmo dizia :
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
“.

Você tem razão, Drummond, você continua preso à vida e nos olha, de onde estiver.
(Lylia)

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Lylia Diogenes

Jornalista, blogueira, mãe, esposa, filha, sogra, amiga, irmã. Leitora voraz, curiosa, destemida, alegre, sensível, apaixonada pela vida, por animais, por viagens, por comidas gostosas, por boas bebidas, frio, silêncio, natureza, paz. Assim sou eu, do jeitinho que me vejo. Múltipla na unidade e acreditando, sempre, que o melhor está por vir.

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